O
Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) entrou com ação civil
pública pedindo que todos os selecionados para o programa de trabalho
voluntário da Copa do Mundo sejam contratados com Carteira de Trabalho
assinada. Esse tipo de atividade é comum em megaeventos, como a Copa e as
Olimpíadas.
O
MPT também pede que o Comitê Organizador Local (COL) pague R$ 20 milhões de
indenização por dano moral coletivo. A ação está na 59ª Vara do Trabalho do Rio
de Janeiro.
Para
a procuradora do Trabalho Carina Rodrigues Bicalho, que entrou com a ação, a
Fifa pretende atingir “lucros astronômicos”, o que afasta a possibilidade de
usar trabalho voluntário, como previsto na Lei 9.608/1998, que regula esse tipo
de serviço no país.
“Essa
modalidade de prestação de trabalho somente é lícita se o tomador de serviços
for entidade pública ou associação com objetivos cívicos, culturais,
educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive
mutualidade, e que essa associação não obtenha lucro a partir do trabalho
prestado”, diz a ação.
A
procuradora argumenta que o princípio básico do ordenamento jurídico
trabalhista diz que o trabalho remunerado é a regra e o voluntariado só pode
ser exercido em casos excepcionais.
O
programa da Fifa selecionou 14 mil voluntários para trabalhar nas 12
cidades-sede. Eles deverão ficar à disposição da entidade por pelo menos 20
dias, com turno diário de até dez horas. Mais de 152 mil pessoas se inscreveram
para participar do programa, mais do que o dobro da Copa da África do Sul, em
2010, quando 70 mil se inscreveram, e mais do que o triplo da Copa da Alemanha,
em 2006, que teve 45 mil candidatos ao trabalho voluntário.
Após
a publicação dessa reportagem, a COL respondeu à Agência Brasil, por meio de
nota, que a ação não tem fundamento jurídico, uma vez que a participação de
voluntários na Copa do Mundo da Fifa foi especificamente regulada pela Lei
Geral da Copa. “O trabalho voluntário em grandes eventos esportivos sempre
ocorreu e é motivo de grande alegria para todos os envolvidos”, diz o
comunicado.
O
comitê ressalta que o trabalho voluntário ocorreu durante a Copa das
Confederações sem nenhuma contestação. “O trabalho voluntário é, na sua
essência, um trabalho sem remuneração. Neste caso, a recompensa obtida não é
financeira, mas ligada à satisfação de contribuir para a realização de algo
importante para a comunidade”.
Fonte:
Agência Brasil
FIFIA empresa privada que lucra bilhões, e vem como essa de trabalho voluntários......de não pagar aos Brasileiros pelos serviços prestados é sacanagem.
ResponderExcluirJá houve até a indicação da FIFA como a Pior empresa de 2014, isso surgiu após a onda de manifestações que tomou conta do país durante a Copa das Confederações. A entidade presidida por Joseph Blatter é acusada de incentivar violações de direitos e mau uso de dinheiro público nos países que recebem o megaevento, em favorecimento de empresas parceiras e com anuência de governos locais.